10 jogadoras não convocadas que poderiam ajudar suas seleções na Olimpíada de Tóquio

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Logo que as “big lists” em ano olímpico são divulgadas, a gente já começa a se surpreender. Táticas arriscadas, erros óbvios e problemas pessoais acabam influenciando na lista pré-olímpica de técnicos dos quatro cantos do mundo.

E, na minha opinião, essas 10 jogadoras abaixo poderiam fazer algo por uma posição em que sua seleção é carente. No mínimo, mereciam uma convocação para a VNL - mas isso não aconteceu a nenhuma delas.

Nessa análise, separei alguns nomes que nem chegaram a ser convocados por seus treinadores em 2021, alguns deles surpreendendo suas torcidas. Confira abaixo!

Jaqueline Carvalho no Brasil

Eu sei que muita gente pode discordar, já que hoje Jaqueline está bem longe do seu auge, quando comandou a pontuação de uma final olímpica. No entanto, Jaqueline ainda é referência de passe e defesa no Brasil.

As seleções olímpicas de Zé Roberto sempre tiveram uma especialista em passe, fosse Jaque (08, 12 e 16) ou Sassá (04 e 08). Com um grupo enxuto de 12 atletas, o Brasil não tem uma líbero reserva ou uma exímia passadora dentre as ponteiras e em uma eventual lesão de Camila Brait, essa função provavelmente sobraria para Gabi.

Gabi é uma provável titular, o que afetaria o time-base do Brasil, tornando Garay e Natália titulares nas pontas. Se uma delas jogasse mal no passe, as opções de substituta seriam Rosamaria e Ana Cristina - apostas arriscadas, já que são ainda mais fracas no fundamento.

É pensando na importância de uma líbero reserva que a Sérvia leva a ponta-líbero Blagojevic e a República Dominicana leva a segunda líbero Martinez Caro.

Jaqueline Carvalho anunciou aposentadoria em 2018, mas considerou retorno à seleção para jogar Olimpíada (Foto: Reuters)

Neriman Ozsoy na Turquia

Tecnicamente falando, a não-convocação olímpica mais absurda de 2021 é a de Neriman Ozsoy. Ser a melhor ponteira em disparada da Turquia poderia ser explicação suficiente, mas ainda precisamos considerar que essa é a posição que mais dá trabalho para esse time.

O motivo da ausência de Ozsoy é uma decisão de Giovanni Guidetti. O técnico nunca foi próximo da jogadora e alegou que a ponteira não foi convocada por não ter feito parte do ciclo - o que é irônico, já que Aykaç, última das cortadas e sua jogadora no Vakif, também chegou na seleção recentemente.

Com todo respeito, Ozsoy é melhor do que todas as quatro ponteiras da Turquia e se brincar, pontuaria mais do que as opostas. Esse é um bom motivo para ter deixado o orgulho de lado, não é?

Desentendimentos com Giovanni Guidetti deixaram Neriman Ozsoy de fora da seleção olímpica da Turquia (Foto: reprodução)

Jovana Stevanovic na Sérvia

Não é segredo que a Sérvia sempre lançou boas centrais, mas este deve ser o pior momento dessa seleção nesta posição nos últimos anos. E mesmo assim, o problemático Zoran Terzic abriu mão da central Jovana Stevanovic, que fez ótima temporada pelo Busto.

Terzic e Stevanovic tiveram um desentendimento em 2019, quando a jogadora pediu dispensa da seleção (assim como Ognjenovic e outras já fizeram). A central afirma que disse isso pessoalmente a Terzic em um confronto entre Scandicci (seu time na época) e Fenerbahçe (time do técnico).

No entanto, Terzic disse que não convocou Stevanovic para o Europeu ainda em 2019 porque ela “simplesmente não apareceu nos treinos”. Meses depois, Stevanovic rebateu dizendo que “até o status dela na seleção incomodava Terzic”.

Ele não abriu mão e nunca mais convocou a central. Para piorar a vida Sérvia, Veljkovic engravidou e não voltou à seleção a tempo de disputar os Jogos, sobrando para a limitada Popovic e para a inexperiente Aleksic.

Problemas pessoais com o técnico também tiraram Jovana Stevanovic da seleção sérvia (Foto: reprodução)

Priscila Daroit no Brasil

Considerando a Superliga que fez, eu incluiria o nome de Priscila Daroit. Aliás, acho que Pri recebeu menos oportunidades na seleção do que deveria. Além disso, a ponteira se encaixa na mesma questão que me faria considerar Jaqueline: o passe.

Também é importante citar que duas jogadoras de confiança de ZRG no passe, que eram esperadas na lista até o ano olímpico, acabaram de fora da seleção: Amanda e Drussyla. Sem as duas, a lacuna para uma boa passadora no banco da seleção ficou aberta e não foi preenchida. Pri Daroit poderia ser essa escolha.

Boa Superliga poderia ter capacitado Priscila a uma convocação, mas não aconteceu (Foto: reprodução)

Mariia Frolova na Rússia

A Rússia tradicionalmente sofre com o passe e também tem uma oposta absoluta. Isso deveria gabaritá-la a levar 5 ponteiras para a Olimpíada, mas ela vai levar 3, sendo que pelo menos uma delas pode jogar como oposta. Depois que Kosheleva deixou a seleção, a escolhida para seu lugar foi a segunda líbero, Pilipenko.

Mas seria bem mais inteligente ter levado a experiente Mariia Frolova, que poderia vir a jogar como uma quarta opção na ponta. Frolova é boa passadora, boa atacante e já jogou como líbero inclusive na seleção. Outras opções são Kotikova e Bavykina e sim, Shcherban, que não é grande atacante mas segurou o passe russo com Kosheleva por anos.

Mariia Frolova já atuou como ponteira e líbero da Rússia em 2017, mas foi desconsiderada por Busato (Foto: FIVB)

Angelina Lazarenko na Rússia

Desde que acompanho voleibol a Rússia nunca nunca conseguiu se garantir no meio de rede. Sua melhor fase foi nos dois últimos ciclos, com Zaryazhko e Fetisova em seus auges, o que não é o caso de hoje em dia.

Por isso me causou estranheza a ausência de Angelina Lazarenko na convocação de Sergio Busato. A central foi uma das melhores da sua posição na última liga russa e atualmente fechou com o Dínamo Kazan. Lazarenko foi preterida pelas duas titulares, por Efimova e pela oposta Malygina, adaptada para jogar de central.

O desempenho das quatro foi tão insatisfatório que Busato precisou convocar Enina depois da VNL, cortando Efimova e Malygina. Lazarenko não foi convidada pelo técnico.

Presente na seleção até 2019, Angelina Lazarenko foi outra das “esquecidas” por Sergio Busato (Foto: FIVB)

Jayeong Lee e Dayeong Lee na Coreia

Aqui temos um combo de dois prejuízos de uma vez só. Sem querer entrar nos méritos da lei e da cultura coreanas, as ausências da ponteira Jayeong Lee e da levantadora Dayeong Lee são praticamente irreparáveis para a Coreia do Sul.

Suas substitutas, a levantadora Yeum e a ponteira Pyo, são bem mais limitadas. As gêmeas Lee eram absolutas na seleção, Dayeong era a melhor levantadora do país, enquanto Jayeong era uma ponteira que marcava até mais do que Kim.

Para piorar, a seleção coreana tem sua única oposta, Kim HJ, indo a Tóquio no sacrifício. Lavarini disse que a jogadora não se recuperou a tempo, mas se tiver condições de jogo até a Olimpíada, precisará dela. Sem Kim HJ, quem assume a saída é Park, a terceira ponteira do grupo, fazendo com que Lee, quarta ponteira, seja a titular.

Mais uma vez, não aponto como certo ou errado o banimento das irmãs Lee. Mas que elas farão grande falta à essa equipe, farão.

Banimento das irmãs Jayeong Lee e Dayeong Lee promete terrível dor de cabeça a Stefano Lavarini (Foto: reprodução/Twitter)

Haruka Miyashita no Japão

É até estranho dizer que Haruka Miyashita tem apenas 26 anos, uma vez que já ouvimos seu nome na seleção japonesa há algum tempo. Não é um engano, Miyashita foi convocada pela primeira vez para a seleção adulta aos 15 anos, mas ficou de fora da Olimpíada em casa.

Kumi Nakada teve duas ausências na posição, Tominaga grávida e Sato lesionada e por isso apostou, em pleno 2021, em duas levantadoras inexperientes, Momii e Seki. Momii ganhou a briga, mas convenhamos que Miyashita merecia estar nessa briga, não é? A vaga de levantadora experiente ficou com Tashiro.

Miyashita é uma das mais talentosas levantadoras japonesas, esperamos vê-la novamente no time.

Exclusão da talentosa Haruka Miyashita foi uma das grandes surpresas da lista de Kumi Nakada (Foto: FIVB)

Gizem Orge na Turquia

Fechamos a lista com mais uma desafeta de Giovanni Guidetti: a líbero Gizem Orge. A jogadora e o técnico estavam juntos no Vakifbank desde 2013 e ganhou de tudo com Guidetti.

De repente, Orge foi substituída pela bem menos talentosa Aykaç. A nova líbero do Vakifbank, que bancou para Orge por 6 temporadas, não só ganhou a titularidade do time como foi convocada para a seleção turca - o que não fez o menor sentido.

Orge com certeza é a melhor líbero do país, mas o desentendimento com o técnico acabou fazendo com que ela fosse demitida do Vakifbank - mas logo contratada pelo Fenerbahçe. Outra que acabou prejudicada por Guidetti foi a experiente Karadayi, no mínimo a terceira melhor do país.

Problemas de Gizem Orge com Guidetti começaram no clube e foram para a seleção: líbero não foi convocada para a Olimpíada (Foto: reprodução)

20 anos da final Flamengo x Vasco, pela Superliga Feminina – Web Vôlei

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A promessa era de uma final eletrizante. E foi. Dois dos maiores clubes de camisa do futebol brasileiro se enfrentavam numa decisão inédita de Superliga Feminina de Vôlei. Aquele 17 de abril de 2001 reservava muitas emoções. Depois de salvar dois match points no tie-break, o Flamengo, de Virna e Leila, derrotou o Vasco, de Fernanda Venturini, Ida, Denise e Fabizinha (em início de carreira, mas já craque), por 3 a 2, com parciais de 23-25, 25-16, 25-20, 21-25, 17-15, diante de um Maracanãzinho lotado, encerrando a série melhor de cinco em 3 a 1.

Para comemorar a data, o Globoesporte.com levou as duas principais jogadoras de cada time – Virna e Venturini – para retornar ao palco da decisão 20 anos depois.

– É uma adrenalina vir aqui. Passa um filme na cabeça. Lembro de muitos detalhes daquela partida. Eu lembro que a torcida flamenguista era todo esse lado aqui. E na hora que eles cantavam aquele hino, ecoava no estádio. Muito emocionante. Foram momentos únicos na minha vida. Eu lembro, que quando saiu o último ponto, eu abracei as meninas muito rápido e corri para a torcida. Modéstia à parte, naquele jogo, eu estava inspirada. Foi um dia que realmente as coisas conspiraram a meu favor – disse Virna, á reportagem do GE.

– Nosso time não era o favorito. O Vasco era uma seleção brasileira. Um time muito mais forte. Naquele ano, Flamengo e Vasco investiram muito em esporte amador. Aquilo fomentou muito o esporte no Rio de Janeiro. Os estádios estavam sempre lotados, tinha jogo que não tinha ingresso. Foi muito bacana, porque aquilo ali só fez crescer o esporte brasileiro – completou a camisa 10 rubro-negra.

Fabizinha, flamenguista declarada, jogou o primeiro ano no clube do coração, mas no ano seguinte foi contratada pelo rival Vasco.

– Eu falo com muita tranquilidade sobre isso, porque eu queria ter esse titulo no meu currículo. Eu queria ser campeã brasileira pelo Vasco, queria ter entrado para a história do Vasco, independentemente de não ser vascaína. O profissional é algo totalmente diferente da sua paixão. Eu sou rubro-negra desde que nasci, mas era jogadora do Vasco. A minha paixão pelo Flamengo é completamente diferente da entrega profissional que eu tinha pelo Vasco – disse Fabi ao GE.

Fernanda Venturini jogou a final grávida. Havia descoberto, poucos dias antes, que esperava Júlia, a primeira filha fruto do seu casamento com o técnico Bernardinho.

– Eu lembro de um jogo muito tenso, muito nervoso por a gente estar sem uma jogadora essencial. A gente saiu atrás, porque a Marcia Fu era meio time. Então a gente teve que se desdobrar em quadra. E a gente teve duas oportunidades para fechar o jogo, né? Isso que foi mais triste, mas acontece, o vôlei é assim. Quem não faz, toma – relembra a camisa 14 do Vasco.

Em entrevista ao site do Flamengo, Virna conta como foram os bastidores da formação do time naquela temporada.

– Jogamos o primeiro ano em um time montado meio às pressas, as melhores jogadoras já estavam encaminhadas para outros mais fortes, e fizemos uma campanha mediana. No ano seguinte, o Eurico Miranda resolveu montar um time no Vasco também, depois que viu o Flamengo competindo e ligou para mim. Levou a Isabel, que era a técnica, levou a Fabi, a líbero, e ficou negociando comigo e com a Leila para sairmos também do Flamengo e irmos para o Vasco (…). Eu falei “olha, presidente, eu não traio a minha equipe. Sou Flamengo desde criança e não posso jamais vestir a camisa do maior rival”. Ele foi aumentando a proposta, até que no final era o dobro do que eu ia ganhar no Flamengo. Mas eu falava “não, não vou trair minha Nação”. E eu fiquei. (…) Quando começou o campeonato, o time deu uma engrenada e fomos para a semifinal. Ninguém esperava. O Vasco era uma seleção brasileira, um timaço. Ganhar do Vasco era muito difícil. Moral da história: ganhamos a semifinal e fomos fazer a final contra o Vasco. Foi a maior alegria da minha vida – contou a medalhista olímpica de bronze nos Jogos de Atlanta-1996 e Sydney-2000.

O técnico rubro-negro era Luizomar de Moura, em início de carreira. Isabel era a treinadora do Vasco. Outras jogadoras que compunham o elenco rubro-negro eram as levantadoras Eth e Gisele, Josiane (líbero), a norte-americana Tara Cross, além de Arlene, Valeskinha, Ciça, Tati, Priscila e Soninha.

Ex-jogadora de vôlei, Fabi Alvim fala de bebê que terá com a mulher: ‘Vivendo um sonho’

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Michael Sá Tamanho do texto

Aposentada das quadras desde abril do ano passado, depois de 20 anos dedicada ao vôlei brasileiro, a bicampeã olímpica e comentarista esportivo da Globo Fabiana Alvim está comemorando o grande título que faltava em sua vida: o de ser mamãe. A mulher dela, a gerente de seleções da Confederação Brasileira de Vôlei Julia Silva está grávida de 8 meses de uma menina, que se chamará Maria Luiza, e a notícia da gestação agitou as redes sociais no último Dia das Mães, quando Fabi publicou no Instagram uma foto beijando o barrigão da companheira.

“Fiz um post porque estava vivendo um sonho. E como sempre divido meus momentos nas minha redes, resolvi fazer da forma mais natural possível”, conta a ex-líbero, de 39 anos, entregando que a foto também foi um ato político.

“Recebi um carinho enorme das pessoas, mas minha intenção era conversar, ouvir outras mamães, trazer um pouco de empatia num momento tão polarizado do nosso país”, explica.

O título de mamãe é fruto do casamento de cinco anos que ela mantém com Julia. A mulher da ex-atleta ficou grávida após um tratamento de fertilização in vitro feito numa clínica aqui no Brasil.

“Nunca havia falado publicamente sobre o meu relacionamento porque nunca ninguém havia me perguntado. Até porque, sou atleta e a preocupação é com minha performance nas quadras. Ajo de forma natural e quis naturalizar isso através da minhas redes sociais”.

Fabi e companheira esperam um bebê Foto: Reprodução/Instagram

Fabi e companheira esperam um bebê Foto: Reprodução/Instagram

Fabi também é comentarista da Globo Foto: Arquivo/Globo

Fabi se aposentou em abril, na final da Superliga Foto: Divulgação