Instituições ligadas à ciência no Paraná se mobilizam em favor da vacina

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Mobilizadas pela Fundação Araucária (FA), 14 instituições ligadas à ciência no Paraná, com a participação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), de Santa Catarina, aderiram à campanha de conscientização e mobilização para a vacinação contra a Covid-19 na região Sul do País. As instituições querem incentivar a população a aderir à imunização e também combater as fake news sobre o assunto.

As instituições que aderiram a iniciativa são as sete universidades estaduais - UEL (Londrina), UEM (Maringá), UEPG (Ponta Grossa), Unicentro (Centro-Oeste), Unioeste (Oeste), UENP (Norte) e Unespar (Estadual do Paraná); a Universidade Federal do Paraná (UFPR); Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila); Instituto Federal do Paraná (IFPR); Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar); Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Fundação Araucária.

“No momento em que o Brasil inicia a imunização contra a Covid-19, a proposta é combater a pandemia com informação de qualidade. Este é o momento que a ciência trabalhou, incansavelmente, para que chegasse que é a imunização da população. Queremos incentivar as pessoas a confiarem na ciência e na eficácia e segurança da vacina”, ressaltou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

A primeira iniciativa neste sentido partiu da Fundação de Apoio à Pesquisa de São Paulo (Fapesp). A campanha ganhou apoio do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e teve adesão das FAPs, entre elas a Fundação Araucária do Paraná.

Entre as principais ações, pesquisadores e formadores de opinião, por meio de vídeos e entrevistas, enfatizam a importância da vacinação para erradicar a epidemia de Covid-19 e conclamam todos a confiarem na ciência e nas vacinas.

O superintendente da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, comentou o problema causado pela desinformação e pela disseminação de informações falsas sobre a vacina. “Esclarecer a população sobre a importância do processo de vacinação é extremamente relevante, considerando a divulgação de informações falsas nas redes sociais e na internet. Precisamos deixar muito claro os benefícios da imunização, tanto para o individual quanto para o coletivo. Além do risco de dar atenção às informações falsas”, destacou.

Transparência Internacional aponta ’excessiva proximidade’ entre Aras e Bolsonaro

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Rayssa Motta - Estadão Conteúdo

Mais uma vez, o procurador-geral da República, Augusto Aras, reagiu a relatórios divulgados pela Transparência Internacional. Na mais publicação recente, disponibilizada ao público nesta semana, a organização apontou ‘retrocessos’ no combate à corrupção no País e demonstrou preocupação com a perda de autonomia dos órgãos de investigação e controle, incluindo o Ministério Público Federal (MPF).

No estudo, que mede a percepção de corrupção em 180 países desde 1995, o Brasil ocupa a posição de número 94. A pontuação vai de zero a 100 - quanto mais perto de 100 pontos, melhor a situação do país. A nota do Brasil em 2019 foi 35, o pior desempenho na série histórica, e em 2020 oscilou para 38, dentro da margem de erro da pesquisa.

Já o relatório ‘Retrospectiva Brasil 2020’, um balanço da luta contra a corrupção, lembra que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) rompeu com a tradição de escolher como dirigente do Ministério Público Federal um nome indicado na lista tríplice votada pelos membros da instituição. O documento critica suposto alinhamento político e ’excessiva proximidade’ entre o procurador-geral e o presidente.

De acordo com Transparência Internacional, Aras tomou decisões ‘sistematicamente aliadas’ a Bolsonaro ou a seu círculo político no último ano. A entidade cita como exemplos a manifestação favorável ao foro privilegiado garantido ao senador Flávio Bolsonaro na investigação das ‘rachadinhas’ e a mudança de posição no inquérito das fake news contra aliados e apoiadores bolsonaristas.

A mesma publicação acusa ainda o que os pesquisadores chamaram de uma ‘pressão política e institucional’ para o ‘desmantelamento’ das forças-tarefa Lava Jato e Greenfield. Uma das principais metas encampadas pela gestão Augusto Aras é justamente a remodelação do Ministério Público com a substituição destes grupos de trabalho.

“O ano terminou com incertezas quanto à continuidade do modelo de força-tarefa, inovação que, junto com os acordos de leniência e colaboração premiada, ofereceu condições centrais para o avanço das investigações sobre grandes esquemas de corrupção no país. Ao invés de se aprimorar e corrigir problemas de um modelo em larga medida bem-sucedido, vem prevalecendo os interesses dos que desejam estancar o combate à corrupção”, diz um trecho da publicação.

A pressão de Aras para acessar os bancos de dados das forças-tarefas também foi lembrada no relatório. Na avaliação da Transparência Internacional, este foi um dos episódios que evidenciou o agravamento de divisões internas na instituição e demonstrou o comportamento ‘autoritário’ do procurador-geral.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 29, Aras acusou o relatório de parcialidade. “Pinçam episódios e os interpretam de forma distorcida com o objetivo de consolidar narrativa que não reflete a realidade”, diz a manifestação.

O texto afirma ainda que os números de denúncias apresentadas na atual gestão ‘demonstram aumento do combate à corrupção’. “Conclusão oposta a essa somente é possível a partir de “levantamentos” parciais”, completa a Procuradoria.

Ainda na nota, a PGR nega tentativa de desmonte das forças-tarefas e afirma que, na verdade, a gestão atual tem se esforçado para institucionalizar o trabalho de procuradores que atuam em investigações de grande porte e complexidade. A principal aposta tem sido a implicação dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) que, segundo a nota, são menos suscetíveis a interferências políticas do que as atuais forças-tarefas.

“O procurador-geral, que se empenha para realizar uma gestão voltada ao bom desenvolvimento dos trabalhos da instituição, com transparência e publicidade, comunicando à Corregedoria-Geral do MPF e à Corregedoria Nacional do Ministério Público todas as irregularidades constatadas para apuração das responsabilidades”, diz a PGR.

#Verificamos: É falso que Bolsonaro aparece com 94% das intenções de votos em pesquisa sobre eleições de 2022

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Circula nas redes sociais que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria aparecido com 94% em pesquisa de intenção de votos para as eleições de 2022. Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:

“Bolsonaro dispara nas pesquisas, 94% querem que ele seja reeleito em 2022”

Texto de imagem publicada no Facebook que, até às 13h do dia 10 de julho de 2020, tinha sido compartilhada por 1,4 mil pessoas

FALSO

A informação analisada pela Lupa é falsa. As pesquisas divulgadas até o momento não mostram que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seria reeleito em 2022 com 94% dos votos. Duas pesquisas eleitorais para 2022 foram realizadas nos últimos meses, uma delas do instituto Paraná Pesquisas e outra do instituto Quaest. Em ambas, Bolsonaro aparece na liderança, mas com menos de 30% das intenções de voto.

O levantamento nacional mais recente sobre o cenário das eleições de 2022 foi realizado pelo instituto Quaest, em junho. No único cenário testado, Bolsonaro aparece com 22% das intenções de voto. Também foram incluídos na pesquisa Sergio Moro (sem partido), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Luciano Huck (sem partido), Guilherme Boulos (PSOL) e João Doria (PSDB).

Em maio, a revista Veja publicou um levantamento do instituto Paraná Pesquisas. Três cenários foram testados. Bolsonaro apareceu na liderança nos três, oscilando entre 26% e 29%, dependendo dos adversários. Essa pesquisa foi feita entre os dias 26 e 29 de abril, ou seja, logo após a saída de Moro do governo Bolsonaro. O ex-juiz acusou o presidente de tentar interferir na autonomia da Polícia Federal para benefícios próprios.

Essa informação também foi verificada pela plataforma de checagem de fatos Polígrafo, de Portugal.

Avaliação do governo

A avaliação do governo Jair Bolsonaro vem piorando durante a pandemia da Covid-19. Divulgado no dia 26 de junho, um levantamento feito pelo Datafolha mostrou que 44% dos entrevistados consideravam a gestão atual ruim ou péssima. O estudo mostrou que 23% considerava o governo regular e que 32% considerava o governo bom ou ótimo.

Já uma pesquisa do DataPoder360 divulgada na última quinta-feira (9) mostrou que a aprovação do presidente era de 40%, enquanto sua desaprovação era de 47%. Esses números se mantiveram estáveis comparados com o último levantamento realizado, segundo o instituto.

Boatos semelhantes

Essa não é a primeira vez que a Lupa desmente uma informação sobre pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022. Em abril, circulou pelas rede sociais uma imagem de um suposto tuíte da CNN Brasil dizendo que o presidente Jair Bolsonaro teria 86% das intenções de voto para as próximas eleições presidenciais. Contudo, a Lupa mostrou que o tuíte era falso.

Em junho, outro boato usava um infográfico para informar – incorretamente – as taxas de aprovação e reprovação do presidente Jair Bolsonaro e de outros ex-presidentes como Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT). Nessa publicação, o código de cores de um gráfico do jornal O Globo foi alterado digitalmente para indicar que Bolsonaro teria uma aprovação melhor do que seus antecessores no início de seus mandatos – quando, na verdade, o gráfico mostrava o contrário.

Nota:‌ ‌esta‌ ‌reportagem‌ ‌faz‌ ‌parte‌ ‌do‌ ‌‌projeto‌ ‌de‌ ‌verificação‌ ‌de‌ ‌notícias‌‌ ‌no‌ ‌Facebook.‌ ‌Dúvidas‌ sobre‌ ‌o‌ ‌projeto?‌ ‌Entre‌ ‌em‌ ‌contato‌ ‌direto‌ ‌com‌ ‌o‌ ‌‌Facebook‌.

Chico Marés