Morre em Brasília o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima

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Embaixatriz Lúcia Flecha de Lima e o marido, o ex-embaixador Paulo de Tarso Flecha de Lima — Foto: Reprodução

1 de 1 Embaixatriz Lúcia Flecha de Lima e o marido, o ex-embaixador Paulo de Tarso Flecha de Lima — Foto: Reprodução

Faleceu no início da noite desta segunda-feira (12), em Brasília, o ex-embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima. Ele estava internado em um hospital particular da capital federal desde o último sábado (10).

Na sexta-feira (9), o diplomata completou 88 anos. O corpo será velado nesta terça (13), no Palácio do Itamaraty, em uma cerimônia restrita por causa da pandemia da Covid-19. Depois, segundo a assessoria, será levado para Belo Horizonte (MG) para ser sepultado no jazigo da família.

Paulo Tarso Flecha de Lima tinha problemas renais. Na semana passada, ele contraiu uma infecção urinária severa, que acabou resultando em uma septicemia – infecção generalizada – conforme a assessoria.

O diplomata ingressou no Itamaraty em 1955. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) emitiu uma nota de pesar e disse que Paulo Tarso “defendeu os interesses do Brasil com determinação, patriotismo e profissionalismo, e dedicou grande parte de sua vida ao projeto de modernização da diplomacia econômica e comercial do Brasil”.

Quem era Paulo Tarso Flecha de Lima

O ex-embaixador foi um dos mais importantes diplomatas brasileiros. Em 1973, foi nomeado chefe do Departamento de Promoção Comercial e ocupou o cargo por mais de uma década, enquanto liderou uma “profunda transformação das atividades de promoção comercial do Brasil no exterior”, diz o Itamaraty.

Em 1984, foi nomeado Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos e Comerciais. Ele esteve à frente de iniciativas para ampliar o comércio exterior do Brasil, e buscou parceiros na África e nos países árabes.

Em 1985, alcançou o mais alto posto de carreira da diplomacia, tornando-se Secretário-Geral das Relações Exteriores, “tendo desempenhado papel fundamental na inserção internacional do Brasil na fase final da Guerra Fria”, aponta o MRE.

Paulo Tarso Flecha de Lima foi embaixador do Brasil em Londres (1990-1993), Washington (1993-1999) e Roma (1999-2001).

“Ao longo de sua carreira, o Embaixador Paulo Tarso dedicou-se ao ideal de que a política externa pode e deve contribuir para melhorar concretamente a inserção internacional do País e a vida de todos os brasileiros. Sua coragem e criatividade marcaram todos que tiveram a oportunidade de trabalhar a seu lado”, diz o Itamaraty.

Ele foi casado, por 54 anos, com Lúcia Flecha de Lima. A embaixatriz morreu em 2017, também em Brasília.

Lúcia e o ex-embaixador tiveram cinco filhos – um deles morreu em 2000 – e fizeram amizades com figuras ilustres do cenário político mundial, como o casal Bill Clinton e Hillary Clinton e a princesa Diana – de quem Lúcia ficou íntima na década de 1990.

Em 2001, Paulo Tarso se aposentou, após 46 anos de diplomacia. O casal passou a morar em uma casa, no Lago Sul.

Corpo do embaixador Paulo Tarso Flecha será sepultado em BH

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O corpo do embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima deve ser sepultado ainda hoje (13) em Belo Horizonte. Ele morreu ontem (12), em Brasília, aos 88 anos, em decorrência de complicações de uma infecção urinária. Na manhã desta terça-feira, o Itamaraty realizou uma cerimônia restrita de honras fúnebres com a participação do ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores prestou condolências à família e aos colegas e afirmou que o embaixador defendeu os interesses do Brasil “com determinação, patriotismo e profissionalismo”.

A pasta destacou a atuação de Flecha de Lima ao projeto de modernização da diplomacia econômica e comercial do Brasil. Foi nomeado chefe do Departamento de Promoção Comercial em 1973, cargo que ocupou por mais de uma década e no qual “liderou profunda transformação das atividades de promoção comercial do Brasil no exterior”. Em 1984, foi nomeado Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos e Comerciais.

Flecha de Lima ingressou no Itamaraty em 1955 e, em 1985, alcançou o mais alto posto de carreira diplomática, tornando-se Secretário-Geral das Relações Exteriores. Nesse contexto, desempenhou “papel fundamental na inserção internacional do Brasil na fase final da Guerra Fria”. Também foi embaixador do Brasil em Londres (1990-1993), Washington (1993-1999) e Roma (1999-2001).

“Ao longo de sua carreira, o embaixador Paulo Tarso dedicou-se ao ideal de que a política externa pode e deve contribuir para melhorar concretamente a inserção internacional do País e a vida de todos os brasileiros. Sua coragem e criatividade marcaram todos que tiveram a oportunidade de trabalhar a seu lado”, diz a nota.

O embaixador foi casado com a embaixatriz Lúcia Flecha de Lima, que faleceu em 2017, com quem teve cinco filhos.

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Morre aos 88 anos embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima

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Morreu nesta 2ª feira (12.jul.2021), em Brasília, o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima aos 88 anos. Considerado um dos mais talentosos e hábeis diplomatas do Brasil nas últimas 5 décadas, Flecha de Lima foi embaixador em Washington, Londres e Roma e secretário-geral do Itamaraty -o 2º posto mais alto do ministério- entre 1985 e 1989, durante o Governo de José Sarney.

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Sua carreira foi uma das mais brilhantes de sua geração. Embora não tenha sido nomeado ministro de Estado das Relações Exteriores, até hoje é lembrado no Itamaraty pela sua iniciativa de criar uma área dedicada exclusivamente à Promoção Comercial, nos anos 1970, e pelos desafios que enfrentou.

Entre eles, a negociação da liberação de 450 brasileiros tomados como reféns pelo governo de Saddan Hussein em 1990, nas vésperas do início da Guerra do Golfo. Todos eram empregados da construtora Mendes Júnior. Hussein pretendia usá-los como como escudos humanos contra eventuais ataques do Kuwait e outros países.

Esse episódio foi relatado pelo embaixador ao Poder360 em janeiro. Leia a reportagem aqui.

Na época, Flecha de Lima era embaixador do Brasil em Londres. Destacado para a missão, embarcou para Bagdá e iniciou as conversas com autoridades locais, o líder palestino Yasser Arafat e o rei Hussein, da Jordânia. Conseguiu liberar todos os brasileiros, juntos. Nesse esforço, foi essencial a presença de sua mulher, Lucia Flecha de Lima, que organizou os jantares de negociação.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota de grande pesar pela morte de Flecha de Lima, que ingressou na carreira em 1955. Leia a íntegra aqui.

“Ao longo das décadas seguintes, defendeu os interesses do Brasil com determinação, patriotismo e profissionalismo. Dedicou grande parte de sua vida ao projeto de modernização da diplomacia econômica e comercial do Brasil”, diz o texto.

“Ao longo de sua carreira, o Embaixador Paulo Tarso dedicou-se ao ideal de que a política externa pode e deve contribuir para melhorar concretamente a inserção internacional do País e a vida de todos os brasileiros. Sua coragem e criatividade marcaram todos que tiveram a oportunidade de trabalhar a seu lado.”

Nascido em Belo Horizonte, Flecha de Lima ocupava a cadeira 13 da Academia Mineira de Letras. Escreveu livros voltados a temas da diplomacia, entre os quais “O Reino Unido e a Europa”, de 1993.

Sua família informou o falecimento por meio de nota. Viúvo de Lucia desde 2017, ele será enterrado no jazigo da família, em Belo Horizonte. Deixa 2 filhas, 2 filhos e netos.

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