Justiça condena viúva e policial militar por morte de embaixador grego no RJ

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3 de 3 O corpo do embaixador foi encontrado carbonizado dentro de um carro, sob um dos viadutos do Arco Metropolitano, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. — Foto: Reprodução/TV Globo

O corpo do embaixador foi encontrado carbonizado dentro de um carro, sob um dos viadutos do Arco Metropolitano, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. — Foto: Reprodução/TV Globo

Júri condena viúva e policial por morte de embaixador grego no Brasil

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Rio de Janeiro

O Conselho de Sentença da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, no estado do Rio, condenou Françoise de Souza Oliveira e o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho pela morte do diplomata grego Kyriakos Amiridis, ocorrida em dezembro de 2016. À época, Amiridis atuava como embaixador da Grécia no Brasil.

Françoise, que era esposa do diplomata, foi condenada a 31 anos de prisão, e Moreira Filho, a 22 anos, inicialmente em regime fechado.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, a viúva planejou com o policial, apontado como seu amante, o assassinato de Amiridis.

Diplomata Kyriakos Amiridis atuava como embaixador da Grécia no Brasil - Foto: Bruno Poletti/Folhapress - 16.jun.2016 - Folhapress

O outro réu no caso, Eduardo Moreira Tedeschi de Melo, parente de Moreira Filho, foi absolvido da acusação de homicídio, mas foi condenado por ocultação de cadáver a um ano de reclusão, em regime aberto. Ele já cumpriu a pena.

O julgamento teve duração de três dias, e o desfecho foi conhecido neste sábado (28). No total, 18 testemunhas foram ouvidas.

“As circunstâncias do crime são atípicas, vez que ele foi executado durante a época das festas natalinas, onde há uma natural aproximação das famílias, sendo que, nesse caso, esta família foi esfacelada diante de uma brutalidade que mais se aproxima a um ato bestial”, escreveu a juíza Anna Christina da Silveira Fernandes na sentença do caso.

O embaixador, que atuava em Brasília, passava o período de final de ano no Rio de Janeiro. O diplomata foi visto pela última vez no dia 26 de dezembro de 2016.

Mais tarde, no dia 29, seu corpo foi encontrado dentro de um carro. O veículo, que havia sido alugado pelo embaixador, estava queimado, sob um viaduto, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde viviam parentes de Françoise.

“É sempre bom lembrar que ele [o policial Sérgio] jurou defender a sociedade e não se insurgir contra ela. Valeu-se o acusado dessa condição, de policial militar, para que pudesse executar o crime, desonrando a Briosa e toda a confiança nele depositada pelo Estado. (…) A acusada [Françoise], que se autodenomina de embaixatriz, manchou o nome do Estado Brasileiro e envergonhou a nação com sua conduta, diante da negativa repercussão internacional dos fatos”, apontou a juíza Anna Christina.

“Além disso, o crime foi meticulosamente pensado, premeditado, pois conforme os depoimentos colhidos, a acusada planejou e arquitetou, sendo a mandante de toda a trama macabra”, acrescentou a magistrada.

Mulher do embaixador grego assassinado em 2016 condenada a 31 anos de prisão

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JN Ontem às 10:21 Facebook

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Uma mulher brasileira foi condenada a 31 anos de prisão por planear o assassinato do marido, o ex-embaixador grego no Brasil.

Em 2016, os restos carbonizados de Kyriakos Amiridis foram encontrados no porta-malas de um carro queimado no Rio de Janeiro. A mulher, Françoise de Souza Oliveira, e o amante, o polícia militar Sérgio Gomes, eram suspeitos do homícidio.

O amante confessou, mais tarde, ter matado o embaixador a mando da mulher. Outro homem, Eduardo Moreira Tedeschi di Melo - parente de Sérgio Gomes - foi absolvido do crime de homicídio, mas já cumpriu um ano de prisão por ajudar a esconder o corpo de Amiridis.

Amiridis, de 59 anos, serviu como cônsul no Rio de Janeiro entre 2001 e 2004 e voltou ao Brasil como embaixador no ano em que foi morto. Casou-se com Françoise em 2004 e o casal tem uma filha em comum.

Antes da sua morte, Amiridis viajou da capital, Brasília, para a cidade de Nova Iguaçu, a norte do Rio, para passar as férias de Natal com a mulher e os sogros.

Inicialmente, Françoise de Souza Oliveira relatou o desaparecimento do marido, dizendo à polícia que tinha saído do apartamento sem explicação e conduzido um carro alugado. O carro queimado foi encontrado no dia seguinte sob um viaduto, com o corpo do embaixador carbonizado dentro.

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Os investigadores encontraram manchas de sangue num sofá do apartamento onde o casal estava hospedado, onde se acredita que terá sido morto.